Lembro me bem daquele domingo, junto com dois amigos fui até Fanfa, que fica em Triunfo uma cidade a uns 120km de Porto Alegre, lá havia mais alguns amigos e a família da dona da casa, o lugar é na beira do rio, tinha um trapiche, fizemos churrasco, um dia muito cheio, um dia realmente inesquecível e por isso aproveitamos o dia até o finalzinho mesmo, tanto que, na hora de voltarmos para casa, no exato momento em que sairíamos, um dos meus amigos estendeu o braço e barrou a minha passagem, olhando para o relógio e me dizendo.
- Espera mais um pouco, minha mãe sempre me disse que não devemos sair a meia noite, pois da azar.
Imaginei, que seria uma superstição boba, como essas que todos temos e como era algo que não dei tanta importância quase que instintivamente acabei ficando ali parado por alguns segundos até que o relógio dele marcasse meia noite e um.
E assim foi, dai então fomos para carro, normalmente eu e meus amigos estaríamos conversando alto, com musica alta, risadas e muita bagunça, mas naquele dia estávamos divertidamente exaustos, estávamos quietos e com a musica baixa ao fundo dos pensamentos.
Eu em êxtase quase que deitado no banco de traz, com uma das pernas no banco, encostado na lateral do carro pro lado do motorista e olhando pelo vidro de traz as paisagens, por todo o caminho do lugar era praticamente mato, com breves aberturas dos descapados, até que chegamos em digamos, um pequeno centro da cidade, com alguns comércios como posto de gasolina e bares, todos ali, a beira da estrada, logo a frente havia um quebra-molas e como o carro do meu amigo era rebaixadíssimo, ele teve que diminuir muito a velocidade, quase parando e manobrando para passar de lado,foi então que avistei dali uma professora e um aluno numa escola, em aula, luzes ligadas das duas primeiras janelas, a professora escrevendo algo no quadro, e o aluno prestando atenção e com um boné vermelho, uma cena normal, isso foi há uma distancia aproximadamente de uns vinte ou vinte e cinco metros de distancia, consegui perceber alguns detalhes, mas eis que tudo ficou muito estranho, os dois sincronizadamente me olham nos olhos, ainda lembro das suas cabeças virando e olhando para mim, até tenho um arrepio enquanto escrevo isso.
Naqueles segundos entre presenciar a cena e meu cérebro processa-la, meu pensamento foi de.
Hum...olha aula.
Estranho, só um garoto tendo aula.
Nossa...me olharam! Como assim me olharam dentro do carro?
Isso tudo naqueles breves segundos entre meu amigo manobrar para passar pelo quebra molas.
Então eis que me surge uma lembrança aterradora, que fez cada pelo do meu corpo se arrepiar instantaneamente, lembrei de meu amigo olhando para o relógio lá na saída, falando sobre o mau agouro em sair meia noite, minha mente se encheu de uma mistura de medo e duvidas.
Comecei a refazer os fatos, uma professora... dando aulas para apenas um menino... mais de meia noite... em uma escola fechada... aonde apenas havia luz naquelas duas janelas abertas e ainda por cima como se não bastasse tudo isso, ser pra lá de impossível, os dois me fitam nos olhos em um carro em movimento.
Apos isso, instintivamente olho para o relógio do radio para me certificar do horário e eram 00:38.
Não consegui pensar em mais nada naquela viagem e o pensamento que até hoje fica martelando em minha cabeça, a cena foi tão real, tudo foi tão surreal.
Agora a explicação... é claro que a ciência já mostrou que as pessoas poder ter sensações e visões aonde ela não sabe o que é verdade ou mentira, também existe a criação de falsas memorias, mas já esta, eu procuro repetir pra mim mesmo essa historia desde o exato momento em que a presenciei.
Contei ali na hora para meus amigos, eles ficaram assustados, e acabamos ainda sim dando umas boas risadas.
Pessoal espero que gostem, tenho outras historias como essas e com certeza contarei aqui no blog.
Obrigado e até o próximo!
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